New York
Review #4 – Encontros e Despedidas
Quando estou com muita coisa pra fazer (já não tive muita coisa
pra fazer algum dia da vida?), vou arrumar algumas coisas e achei novamente
este último post que já estava escrito para falar sobre NYC, com algumas
historinhas. Então lá vamos!
Em busca do
amor?
O francês apaixonado do aeroporto
No La Guardia, enquanto estava indo para North Carolina,
encontrei este rapaz de olhos cinza que estava indo para Milwaukee. Muito
simpático e dividindo a tomada (que aqui eles não entenderam que tem que haver
tomada em todo lugar) do aeroporto, ele me contou que era francês e morava em
NY havia 1 ano e meio. O mais interessante é que ele estava indo visitar sua
noiva, eles tinham-se conhecido na Austrália quando faziam
intercâmbio e começaram a namorar com ele morando em Paris e ela nos EUA, e
agora estavam muito felizes porque estavam perto, e ela tinha passado pra
faculdade em Washington, e seus olhos chegavam a brilhar quando falou disso,
pois agora estarão a apenas algumas horas de distância... e não 10.000 miles apart... Ah, o amor!
Fazendo o
bem
O cara do bem de Dubai
Conheci o Mark no spa e ficamos de conversê; aliás, um ótimo
lugar para se conhecer pessoas e histórias. Cada um foi pro seu canto e depois,
no meio da noite, acordei com alguém entrando no quarto compartilhado. Era um
rapaz que eu já tinha visto no lounge e que parecia estar lá esperando alguém. Não,
ele estava lá esperando a tempestade passar, mas a tempestade não passou, e o
transporte público estava parado na cidade inteira. Mark o viu lá e ouviu sua
história, e acabou pagando para o cara ficar no hotel e dormir confortavelmente,
e o acompanhou ao quarto. Sim, Mark era rico (estava num quarto comum do hotel,
com diária de US$300) e isso não lhe fazia diferença, mas ele não precisava
fazer isso. É a tal história do fazer o bem. E se você está pensando que ele tinha
outros interesses, eu não sei, até acho que não, mas, mesmo assim, achei digno de nota. E
fiquei impressionado. Pena que não o vi no dia seguinte, pra saber mais a respeito do caso, mas sei que o rapaz dormiu feito pedra.
Viajando o
mundo em uma semana
O parisiense que passou 1 semana entre Cingapura e New York
Como dessa vez resolvi ficar em um quarto compartilhado,
encontrei pessoas do mundo inteiro. Um rapaz com cara de francês (e era francês
mesmo), magro e alto, muito bem vestido, que não conversou durante os dias em que
esteve lá, decidiu conversar quando estávamos indo embora. Não lembro seu nome
agora, mas o fato mais interessante sobre ele foi que morava em Paris e estava
viajando havia uma semana, mas sua viagem era uma pseudovolta ao mundo, em uma
semana. Isso mesmo: ele foi de Paris para Cingapura, passou 3 dias lá, dando a
volta pelo outro lado chegou a NY, onde ficou por mais 4 dias, e agora estava
voltando para Paris. Ao ser perguntado por mim (e, segundo ele, por todas as
outras pessoas) sobre o porquê de não tentar lugares mais próximos, ele me
disse que o mundo era para ser vivido pelos sonhos, e ele sonhava conhecer
estes dois lugares, e estava muito feliz com isso. Bem, detalhe: ele estava
somente com uma malinha, quase que de bordo... morri de inveja! E olhem que sou
do time do pack light, que leva pouca
bagagem...
Uma vida feita de sonhos e de realidade
Tee, a garota do Malex
Essa negra tipicamente americana trabalhava no serviço de guarda-malas na Rua 46. Seu nome era mais complicado, mas ela, com um sorriso enorme, disse pra chamá-la pelo apelido, mesmo. Estive lá para obter maiores informações sobre preços e prazos e ficamos conversando por 1h! Falamos sobre tudo: o mundo, as diferenças entre EUA e Brasil, amor e relacionamentos, trabalho, enfim, foi um bate-papo muito gostoso, em que aprendi muito. No outro dia, fui deixar as malas e conversamos por mais meia hora. Foi muito agradável. E por que Tee me deixou uma marca? Justamente por ser uma pessoa normal, que paga suas contas, tem sua vida, procura um amor, ama-se e tem suas questões, mas que sonha com algo melhor para si, e vê sua realidade com muito bons olhos, e disse sempre aprender. Chegamos a lacrimejar enquanto falávamos de nossas vidas, nossas existências, e espero poder revê-la e contar que tudo o que não estava legal mudou, e ouvir o mesmo dela.
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