quarta-feira, 9 de maio de 2012

In Rio

Eu sempre falo que tenho uma relação cármica, de paixão com o Rio de Janeiro. É uma coisa muito engraçada. Em 1999, quando lá estive (de verdade) pela primeira vez, nossa, era um temor. Fui passear, visitar amigos (que nunca mais vi, diga-se de passagem), enfim, minha mãe ficou aqui sem saber o que eu tava indo fazer naquele lugar em que matavam um em cada esquina... Era isso o que todo mundo pensava e, porque não dizer, eu também. Mas lá fui, na cara e na coragem, porque precisava ir, algo me chamava ali. E dali em diante começou minha história de amor com esta cidade, realmente maravilhosa, por mais cliché que a expressão se tenha tornado.

São Sebastião Lembrança Aérea / São Sebastião Local Agreste / Seu Lugar Amado / Seu Lugar Adorado

Nestes 13 anos que me separam da primeira visita ao Rio (antes tinha sido só conexão no Galeão), voltei lá algumas vezes, umas 7 vezes eu acho, e tive alguns dos melhores momentos de minha vida por lá. Não, não é um lugar pra eu morar, não gosto do caos, não gosto da confusão, não gosto da informalidade generalizada, não gosto de uma série de coisas, mas sei que amo, e você, caro NONSENSEr, deve saber que quando a gente ama, não há razões para isso, a gente simplesmente ama.

Rio 40 graus / Cidade maravilha / Purgatório da beleza e do caos / O Rio é uma cidade de cidades misturadas / O Rio é uma cidade de cidades camufladas

Talvez porque o Rio tenha algum mistério, vai saber. Vai que eu já morei lá, né. Dia desses, no Centro Velho de São Paulo, eu me saí com a seguinte pérola (que falei pra mim mesmo): "Ando umas 4 quadras e chego à praia". Aí eu me lembrei: "Tô em Sampa!" É algo maior, que até me tira do prumo.

Lá de cima se via o Cristo / Braços abertos sobre a minha cabeça / A me proteger / A me guiar

Sempre marco a poltrona pra uma coisa superemocionante: ver o Cristo. Descer no Santos Dumont é uma verdadeira ode, a gente acha que vai pousar na água; sair de lá tem a mesma magia, e falamos tchau pro Pão de Açúcar, e vamos ruminando como é bom... Impressionante! E olhem que não sou de me impressionar, mas sempre "verto sorrateiras ou copiosas lágrimas" ao olhar pra tudo aquilo. É um desbunde, é um deleite, é uma delícia.

Non senseMinha alma canta

Vejo o Rio de Janeiro

Estou morrendo de saudades…

Cristo Redentor

Braços abertos sobre a Guanabara…

Este samba é só porque

Rio, eu gosto de você…

Sempre inspiradora, a cada momento me saio com uma música, cantarolando sem receios e sem controle. Porque odes à cidade são abundantes, e também porque o Rio faz parte de nossa memória afetiva, até pra quem nunca foi, até pra quem não gosta.

E houve uma coisa positivamente diferente dessa vez: viajei com minhas amigas Bárbara, Lígia e Rachel, e foi ótimo ter tão deliciosas companhias. Encontrar com meus queridos Vítor, Thalles e Caju já estava no cardápio pelo qual eu já ansiava antes de ir, mas como essa cidade é mesmo mágica, encontrar, mais uma vez por acaso, Catarina, nossa, é mesmo muito bom.

São Pedro, pra variar comigo no Rio, não deu trégua. E olhem que eu tinha dito que entraria no mar, ando precisando descarregar com sal grosso, e pra que mais descarrego do que o próprio mar? Mas não deu jeito. Só que o Rio consegue ser ode com chuva também, uma delícia.

Dessa vez, teve espumante na Atlântica, comidinhas deliciosas, café da manhã num local com história, balé na porta do Municipal, passeio ao Corcovado (que ainda faltava no meu portfólio) e, até Ele que adora ficar no meio das nuvens quando estou lá, estava límpido, e o tempo afável, soprando forte os nossos cabelos. Teve filminho, teve Cabaret (com a deliciosa da Cláudia Raia em uma atuação competentíssima), teve boa conversa, teve a reflexão que o Rio sempre me proporciona. Teve 9:30h seguidas de sono, coisa que não fazia havia tempos, e pra quem me condenar por "estar no Rio e ir dormir", bem, este corpinho precisa descansar também, que não sou de ferro e não estou tão novo nem tão bonito pra dar conta de tanta coisa. O Rio também me traz lembranças muito boas, coisas que não sei se e quando poderei reviver.

Devo voltar ainda este ano, pra ver a Tia (ainda nem comprei ingresso, dá pra crer?), mas deve ser rapidinho. Espero que, dessa vez, Ele contribua e o sol brilhe sobre a Baía de Guanabara, para meu deleite. Se não brilhar, não tem problema: O Rio de Janeiro continualymdo!

["Vida: não é suficiente viver; preciso de ar fresco e liberdade!"]