New York Review #1 – Musicals
Fiz reviews
sobre vários lugares que conheci, mas nunca da minha querida New York, a cidade
fora do Brasil que mais visitei. Há várias coisas pra se dizer, inclusive dos
encontros que a cidade proporciona, mas vou começar falando dos musicais, que
estão na minha agenda de maratona desta vez, talvez um pouco inspirado no meu
amigo Max Corvalán, argentino que conheci aqui ano passado, vendo Kinky Boots e
estava fazendo isso, e pra responder a umas coisas que minha amiga Camila Sapori
tinha pedido.
Antes de qualquer coisa, recomendo baixar o app da Tkts, porque facilita um pouco
ter a ideia destes shows. A Tkts é um órgão do próprio pessoal de teatro daqui,
e é onde você pode comprar ingressos mais baratos no dia da apresentação; o
desconto varia de 30 a 50%, de verdade. Alguns musicais não entram nesta
condição, porque estão cheios sempre, como foi o caso de The Book of Mormon e
The Lion King, pros quais comprei ingresso na internet mesmo, ainda no Brasil.
Este caso também é válido para quem quer ter certeza de que vai assistir a uma
peça em específico, ou quer garantir o lugar na orchestra, por exemplo. Alguns
espetáculos têm matiné, e dá pra assistir a dois no mesmo dia, como fiz no
domingo e na terça.
Mas vamos lá. Um rápido comentário sobre cada
história, na ordem em que assisti, e minha opinião a respeito. Ressalto: MINHA
opinião, porque gosto é igual a cotovelo, não é verdade?!
MY BIG GAY ITALIAN WEDDING
Foi o primeiro Off-Broadway a q fui e, sim, é muito
diferente. Teatro pequeno, poucos recursos, mas muito talento no palco. A
história, que faz conjunto com MY BIG ITALIAN FUNERAL, conta a história de um
cara que se casa com outro e as confusões de uma família italiana a respeito do
casamento, não porque eles não aceitem sua orientação, mas porque são "um
pouco" escandalosos e dramáticos – a questão gay não é o foco, o que acho
muito legal e, eu diria, civilizado. Engraçada; recomendo a quem gosta do
gênero. Ah, detalhe importante: ao fim da peça, o casal vem cumprimentar o público
na saída, como se fossem os convidados da festa indo embora, e o noivo italiano
me apresentou ao outro como sendo seu primo de longe, kkk... Nota 8.
LES MISÉRABILES (LES MIZ)
Para quem assistiu ao filme, é melhor ainda, claro. A
história da revolução contada de uma maneira muito bem feita; na verdade,
poucas vezes vi tanta conexão entre livro, filme e musical. Na verdade, não
estava nos planos iniciais, mas estava com meus amigos Hanns e João, que queria
realmente vê-la, e tinha preço legal na matiné. Dramático, claro; recomendo a
todos. Nota 9.
THE LION
KING
Duas pessoas acostumadas a musicais e peças, e de
muito bom gosto, disseram que não gostaram. Fiquei intrigado, pois é um enorme
sucesso, tanto que ano passado não consegui assistir e dessa vez comprei no
Brasil para garantir, ainda que tenha pago US$99 e ficado encarapitado lá na
última fila do mezanino. Gente, é simplesmente lindo, maravilhoso... mas
acredito que você tenha que ter-se emocionado com o filme também pra sentir
dessa forma. Um cenário lúdico que talvez nem fosse compreensível, mas é. Doses
de bom humor (incluindo o Hakuna Matata misturado com o Let It Go de Frozen) e
muita cor, coisa estilo Disney mesmo. A história é a que se sabe, da ascensão
de Simba ao trono de rei dos animais, após a morte do seu pai, e diante das
armações do seu tio Scar. Timão e Pumba presentes! Recomendo, para quem gosta
de fantasia, desenhos e cores; chorei o tempo todo, linda! Nota 10.
KINKY BOOTS
Vim pra NYC pra assistir a essa peça de novo,
basicamente. Tocou-me da outra vez, comprei o CD e sei as letras todas
praticamente de cor – as pessoas ao meu lado até me perguntaram quantas vezes
eu tinha visto e se surpreendiam quando eu dizia que era a segunda. A história
se passa no interior da Inglaterra, e o herdeiro de uma fábrica falida de
sapatos tem a ideia de achar um nicho de mercado com sapatos para drag queens.
A peça é fantástica, o roteiro, o figurino, tudo, incluindo a mistura de drama
e comédia, é atraente, quanto mais da 3ª fila, vendo os superperdigotos do
Charlie voando enquanto cantava (talvez tenha cuspido, sim, no povo da 1ª fila,
kkk). Lola é simplesmente fantástica. Salvo engano, melhor musical de 2013.
Recomendo, nota 10, para todos os públicos. Dá pra ser nota 11??? Vou ver a 3ª
vez, se der tempo.
THE BOOK OF
MORMON
Musical do ano de 2014, até achei que não gostaria,
inclusive no começo, mas é interessantíssima. No começo achei meio americana demais,
mesmo, só que a história é tão bem contada que passa disso, por mais
estereotípica que seja. Fala sobre mórmãos que vão evangelizar na África.
Extremamente crítica, mas muito engraçada. Nota 10. Recomendo a quem não
enfrente questões religiosas, com a sua ou com a dos outros.
HEDWIG AND
THE ANGRY INCH
Não gostei. Não gosto de rock. A história que ela
conta é boa, em si, mas é num esquema de "conto minha história enquanto em
canto umas musiquinhas pra você". Acho que essa opinião é muito minha,
pois foi altamente recomendada. O público estava overexcited, e não fui a peça
alguma por aqui em que as pessoas estivessem fazendo tanto barulho, pro bem ou
pro mal. Tinha até grades lá fora para a saída do ator principal (que nem
quando vi Evita, com o Ricky Martin). Valeu por ser um musical, mas eu devia
ter ido pro mezanino e gastado muito menos, ainda que no Tkts, ou nem devia ter ido mesmo. Nota 5;
não recomendo, mas quem gosta de rock ou conhece a história e é apaixonado por
ela deve gostar, porque o público era muito esse.
Enfim, este breve (???) texto é sobre estes musicais,
na humilde opinião de Mr Wu. Depois falo mais sobre outras coisas legais pra
fazer por aqui.
Ósculos e amplexos!