sábado, 31 de janeiro de 2015


New York Review #1 – Musicals

Fiz reviews sobre vários lugares que conheci, mas nunca da minha querida New York, a cidade fora do Brasil que mais visitei. Há várias coisas pra se dizer, inclusive dos encontros que a cidade proporciona, mas vou começar falando dos musicais, que estão na minha agenda de maratona desta vez, talvez um pouco inspirado no meu amigo Max Corvalán, argentino que conheci aqui ano passado, vendo Kinky Boots e estava fazendo isso, e pra responder a umas coisas que minha amiga Camila Sapori tinha pedido.
Antes de qualquer coisa, recomendo baixar o app da Tkts, porque facilita um pouco ter a ideia destes shows. A Tkts é um órgão do próprio pessoal de teatro daqui, e é onde você pode comprar ingressos mais baratos no dia da apresentação; o desconto varia de 30 a 50%, de verdade. Alguns musicais não entram nesta condição, porque estão cheios sempre, como foi o caso de The Book of Mormon e The Lion King, pros quais comprei ingresso na internet mesmo, ainda no Brasil. Este caso também é válido para quem quer ter certeza de que vai assistir a uma peça em específico, ou quer garantir o lugar na orchestra, por exemplo. Alguns espetáculos têm matiné, e dá pra assistir a dois no mesmo dia, como fiz no domingo e na terça.
Mas vamos lá. Um rápido comentário sobre cada história, na ordem em que assisti, e minha opinião a respeito. Ressalto: MINHA opinião, porque gosto é igual a cotovelo, não é verdade?!

MY BIG GAY ITALIAN WEDDING
Foi o primeiro Off-Broadway a q fui e, sim, é muito diferente. Teatro pequeno, poucos recursos, mas muito talento no palco. A história, que faz conjunto com MY BIG ITALIAN FUNERAL, conta a história de um cara que se casa com outro e as confusões de uma família italiana a respeito do casamento, não porque eles não aceitem sua orientação, mas porque são "um pouco" escandalosos e dramáticos – a questão gay não é o foco, o que acho muito legal e, eu diria, civilizado. Engraçada; recomendo a quem gosta do gênero. Ah, detalhe importante: ao fim da peça, o casal vem cumprimentar o público na saída, como se fossem os convidados da festa indo embora, e o noivo italiano me apresentou ao outro como sendo seu primo de longe, kkk... Nota 8.

LES MISÉRABILES (LES MIZ)
Para quem assistiu ao filme, é melhor ainda, claro. A história da revolução contada de uma maneira muito bem feita; na verdade, poucas vezes vi tanta conexão entre livro, filme e musical. Na verdade, não estava nos planos iniciais, mas estava com meus amigos Hanns e João, que queria realmente vê-la, e tinha preço legal na matiné. Dramático, claro; recomendo a todos. Nota 9.

THE LION KING
Duas pessoas acostumadas a musicais e peças, e de muito bom gosto, disseram que não gostaram. Fiquei intrigado, pois é um enorme sucesso, tanto que ano passado não consegui assistir e dessa vez comprei no Brasil para garantir, ainda que tenha pago US$99 e ficado encarapitado lá na última fila do mezanino. Gente, é simplesmente lindo, maravilhoso... mas acredito que você tenha que ter-se emocionado com o filme também pra sentir dessa forma. Um cenário lúdico que talvez nem fosse compreensível, mas é. Doses de bom humor (incluindo o Hakuna Matata misturado com o Let It Go de Frozen) e muita cor, coisa estilo Disney mesmo. A história é a que se sabe, da ascensão de Simba ao trono de rei dos animais, após a morte do seu pai, e diante das armações do seu tio Scar. Timão e Pumba presentes! Recomendo, para quem gosta de fantasia, desenhos e cores; chorei o tempo todo, linda! Nota 10.

KINKY BOOTS
Vim pra NYC pra assistir a essa peça de novo, basicamente. Tocou-me da outra vez, comprei o CD e sei as letras todas praticamente de cor – as pessoas ao meu lado até me perguntaram quantas vezes eu tinha visto e se surpreendiam quando eu dizia que era a segunda. A história se passa no interior da Inglaterra, e o herdeiro de uma fábrica falida de sapatos tem a ideia de achar um nicho de mercado com sapatos para drag queens. A peça é fantástica, o roteiro, o figurino, tudo, incluindo a mistura de drama e comédia, é atraente, quanto mais da 3ª fila, vendo os superperdigotos do Charlie voando enquanto cantava (talvez tenha cuspido, sim, no povo da 1ª fila, kkk). Lola é simplesmente fantástica. Salvo engano, melhor musical de 2013. Recomendo, nota 10, para todos os públicos. Dá pra ser nota 11??? Vou ver a 3ª vez, se der tempo.

THE BOOK OF MORMON
Musical do ano de 2014, até achei que não gostaria, inclusive no começo, mas é interessantíssima. No começo achei meio americana demais, mesmo, só que a história é tão bem contada que passa disso, por mais estereotípica que seja. Fala sobre mórmãos que vão evangelizar na África. Extremamente crítica, mas muito engraçada. Nota 10. Recomendo a quem não enfrente questões religiosas, com a sua ou com a dos outros.

HEDWIG AND THE ANGRY INCH
Não gostei. Não gosto de rock. A história que ela conta é boa, em si, mas é num esquema de "conto minha história enquanto em canto umas musiquinhas pra você". Acho que essa opinião é muito minha, pois foi altamente recomendada. O público estava overexcited, e não fui a peça alguma por aqui em que as pessoas estivessem fazendo tanto barulho, pro bem ou pro mal. Tinha até grades lá fora para a saída do ator principal (que nem quando vi Evita, com o Ricky Martin). Valeu por ser um musical, mas eu devia ter ido pro mezanino e gastado muito menos, ainda que  no Tkts, ou nem devia ter ido mesmo. Nota 5; não recomendo, mas quem gosta de rock ou conhece a história e é apaixonado por ela deve gostar, porque o público era muito esse.

Enfim, este breve (???) texto é sobre estes musicais, na humilde opinião de Mr Wu. Depois falo mais sobre outras coisas legais pra fazer por aqui.

Ósculos e amplexos!