terça-feira, 23 de julho de 2019

Autopreconceito?



Obrigado às/aos amigas/os que deram sugestões de pauta, ooops, reflexões para minhas tergiversações. Acabei pegando um item que se complementa ao anterior, sugestão de um querido amigo que não mora no Brasil e que, inclusive por isso, tem uma visão muito interessante sobre alguns assuntos de nosso cotidiano. Ele me sugeriu falar sobre preconceito e discriminação dentro dos próprios grupos já discriminados, neste caso, os LGBTQIA+, mais especificamente os gueis.

Acho que, pra começar, é interessante lembrar que os preconceitos existentes fora dos grupos muito comumente se repetem dentro deles, pois os comportamentos são, muitas das vezes, não pensados.

O chamado "meio gay" costuma ser muito discriminatório. Seja você gordo, feio, pobre, com trejeitos femininos, mal vestido (para estes determinados padrões) pra ver. Se "morar mal", então, é muito mais complicado. A ditadura da beleza parece sobrepor-se de modo que ou você faz parte e é uma barbie (preconceituosamente generalizando), com um corpo supersarado, com grifes saindo pelos olhos e ouvindo música eletrônica (se vier com drogas junto, melhor ainda), ou você simplesmente não faz parte, é a poc-poc, a pão-com-ovo...

Aí tem o outro lado, daqueles que sempre procuram alguém que seja "ativo, discreto e fora do meio", ou que se passam por donos dessa característica pra conseguirem alguém. Acho esse jargão o mais interessante representante do preconceito existente, porque traz todos os medos contidos: ser passivo, "dar pinta" e fazer parte do gueto em que muitos se encontram. Pior do que ser gay (e, pfvr, solicito o modo de ironia ligado durante todo o texto!) é parecer gay. O sujeito é minuciosamente investigado durante todo o tempo para que não se pareça gay, ou melhor, bicha, viado, feminino, efeminado/afeminado, baitola e toda sorte de nomes pejorativos (ou não) que lhe são imputados. Quer ofender um homem? Xingue sua mãe ou diga que ele é gay...

Ah, pode ser gay, mas não precisa mostrar pra todo mundo. Ah, eu respeito, mas não precisa ficar se agarrando na minha frente (lembrei do episódio do taxista contando pra Samanta Schmutz, todo orgulhoso, que bateu num casal gay). Ah, o cara até pode ser gay, mas não precisa ficar desmunhecando. E não precisa ficar contando pra todo mundo... Gente, as pessoas são o que são e como são. Precisam ser respeitadas por serem pessoas. Aí, dentro do próprio meio, que já sofre tanto preconceito em cada ato, ainda há os que discriminam seus pares.

Existe um quadro famoso do Paulo Gustavo cujo mote é "Aqui no nosso grupo, você é a mais afeminada!". Ele faz graça com a desgraça, exatamente apontando o que ela tenha de pior. Aliás, muitos gays fazem graça com a própria desgraça o tempo todo, até pra dar conta. E não venha me dizer que todo gay é engraçado, ou que todo gordo também o é: o que acontece, muitas das vezes, é que esta seja a maneira que a pessoa encontra para tirar de si a atenção negativa que uma tal característica represente. Eu sou o primeiro a contar piada de preto (Olhaê o próprio negro se discriminando, ó!), justamente para não ter que ficar fulo da vida com você que fez isso "sem sentir".

E isso vai até no próprio sexo em si. Vocês já pararam pra pensar sobre como o intercurso sexual rebaixa o outro, em muitos casos? O tal do "vale tudo entre quatro paredes", se é que é real, perde a sua essência quando o seu prazer é com o desprazer real do outro. Sexo é para os dois (ou três, ou quatro, enfim) terem prazer. Sexo é para se dar e oferecer prazer, reciprocamente. Se só você está tendo prazer, tem algo errado aí.
E, pra terminar, quero falar da frase que era pra ser título, mas que acabei deixando como um dos temas, apenas: o problema é a mulher! (Solicito novamente o modo de ironia ligado!) É óbvio que, até no meio em que se deveriam respeitar mais ainda as individualidades, para se ter força, o feminino, a mulher e o que se lhe aparenta são discriminados. O gay passivo é discriminado porque é quem se oferece ao outro; o gay pintoso é discriminado porque se parece com mulher; o gay "do meio" não posa de machão e por isso pode fazer com que todos ao seu redor sejam expulsos do armário, lugar muito confortável (ou não).

As meninas que fazem programa (e que têm pipiu, ainda que meninas) confirmam: 90% dos homens que pagam por sexo com elas querem é ser passivos. E são casados. E são pais de família (aquela família tradicional do post anterior). E tem até os que fantasiam que elas são mulheres com pênis. No Brasil, país que mais mata LGBTQIA+ no munod.
Pois bem, não consigo ser tão conciso. Tem sempre muito a ser falado. Os gays discriminam as lésbicas que discriminam os gays que discriminam os bissexuais dizendo que eles não têm coragem de se assumir. Nesse arco-íris sexual e de gênero, alguém lá pode discriminar alguém? Alguém tem direito de não olhar para o próprio umbigo antes de falar do outro? Mas ser masculino, bem dotado (ah, o mito fálico), ativo exclusivo faz o sujeito achar que pode, reproduzindo tudo o que acontece lá fora, fazendo com que até quem deveria estar junto se afaste.

Mais uma vez conclamo: bora olhar pro nosso próprio pé antes de julgar o pé do outro?

domingo, 21 de julho de 2019

Preconceito, mimimi e representatividade (textão!)




"Resumiria o racismo brasileiro como difuso, sutil, evasivo, camuflado, silenciado em suas expressões e manifestações, porém eficiente em seus objetivos, e algumas pessoas talvez suponham que seja mais sofisticado e inteligente do que o de outros povos." (MUNANGA, 2017)
Você tem preconceito! Eu tenho preconceito! Nós temos preconceito! Isso faz parte quase que da nossa natureza, pois nos utilizamos de um conceito prévio para nos acomodarmos, principalmente ao novo. O problema não é, de forma alguma, o conceito anterior que se tem sobre algo, mas, sim, a generalização, na maioria das vezes superficialmente feita, acerca de algo ou alguém, inclusive o chamado racismo estrutural e a perpetuação deste conceito como se certo (e único) fosse.

Sou negro e, nem que eu quisesse, isso deixaria de fazer parte da minha visão de mundo. No entanto, não parto do ponto de vista subjetivo para isso: só não vê quem não quer. O Brasil, todo cheio de miscigenação (e tem muita literatura sobre isso pra quem estiver a fim; só recomendo ler com crítica, item que anda em falta ultimamente – sim, estou sendo preconceituoso), acaba disfarçando muitas das suas mazelas, jogando para debaixo do tapete, culpando as vítimas, o que é típico da sociedade hipócrita de que fazemos parte. O mito da democracia racial brasileira auxilia muito nisso.

Sempre peço que se observem os fatos. Olhe ao seu redor, e veja o ambiente em que você está. Em que condições os negros [e nordestinos e "da roça" e pobres e até "feios"] estão? Que lugares ocupam e em que papéis atuam? Será que não há, mesmo, nada de diferente nesta pequena observação? A não ser que você esteja em um oásis [e, sim, (in)felizmente, eles existem], as posições tidas como subalternas são as normalmente relegadas aos que não fazem parte do establishment. Até Jesus tem olho azul, porque isso é que é o bonito, eurocêntrico – logo Ele, que nasceu no Oriente Médio...

Dizer que alguém faz baianada quando quer dizer que esta pessoa fez algo errado no trânsito é preconceito. Achar que você é melhor que a colega de trabalho porque você é mais magra também é preconceito (isso vale pr'aquela que leva a amiga "feia" junto na balada só pra se sentir menos mal). Pensar que você deve ser mais bem tratado do que o outro porque você tem dinheiro é preconceito. Tratar quem não é das grandes metrópoles como "o povo do interiorrrrr" (veja o tom pejorativo) é preconceito; se for "minerin" então, vish maria!

E aí tem mais. Os termos diversidade e representatividade têm feito, cada vez mais, parte do nosso dia a dia. Você se sente representado pelas pessoas em quem votou e pelo que eles têm feito? Pense nisso. Quando você, lésbica, vai ao ginecologista, ele, de fato, considera essa sua condição para oferecer o melhor atendimento possível a sua realidade? Aos universitários, quantos professores negros vocês têm? Por quantos médicos negros você já foi atendida na vida? Quantos advogados negros já defenderam você? Vi pesquisa recente falando sobre a dificuldade de psicólogxs não negrxs compreenderem o que é o racismo estrutural, exatamente por falta dessa empatia de que estou falando.

Adoro novela. E estou acompanhando a das 19h, que se passa em 1993, tempo em que o famoso "Você sabe com quem está falando?" ainda imperava, e os sobrenomes eram declinados em busca de se dizer do que era bom e certo, "de bom tom", pra dizer quem mandava. Anos 1990? Será que mudou muito? Você ainda fica horas esperando na antessala do médico porque o tempo dele é mais importante do que o seu, e ai de você se disser que acha isso absurdo: "O doutor (adoro essa palavra, das mais mal usadas na vida) tem uma rotina muito corrida, aí, ele marca por ordem de chegada pra não perder tempo!", mas eu posso perder o meu tempo, né, o meu é menos importante do que o dele. Humpf!

De certa feita, fui questionado sobre o porquê de estar comemorando a presença da Maju na bancada do JN, pelo fato de ela ser negra. A fala foi "tem que ser pela competência!". Gente, por favor, não me venham falar em meritocracia se não tivermos oportunidades iguais, é simples assim. Se, sob as MESMAS condições, alguém de nós tiver melhor desempenho, podemos falar sobre o assunto. Caso contrário, favor rever centenas de anos para fazer um julgamento do tipo. Você achar que seu cabelo é ruim (favor ler errado: rúim, e não ruím) porque não vê cabelo de outro jeito; você achar que sua pele é errada porque nem tem hidrocor pra poder representar você; você só se reconhecer no que é socialmente rebaixado; será que isso representa igualdade de condições? A Maju foi chamada de macaca; a Helena feita pela Thaís Araújo fez muito nariz se torcer quando ela flanava de helicóptero pelo Rio; e dizem que a cantora Halle Bailey não pode fazer a Ariel, de A Pequena Sereia. Será que a concepção de gente não é diferenciada? Será que isso não afeta em nada a autoestima (oi?) de muita gente por aí? Inclusive daquela que me disse, muito complacentemente, que eu não era negro, que eu era moreno, como se isso fosse um xingamento. Falar de preto então... Imagina pensar na princesa negra da Disney (Tiana e Sadé presentes) – por que será que muita menina negra nunca pensaria que poderia vir a ser uma princesa? É porque ela vê muitos exemplos, sabe...

Mas a coisa não termina por aí. Kit desconforto, como bem definiu uma amiga. E se for LGBTQIA+? Piorou! Chamadxs de aberração, pouca vergonha ou algo que o valha, são alijadxs dos direitos em nome da família, a família tradicional, aquela, hipocritamente construída, de fachada, para manter a moral e os bons costumes, e com toda a poeira debaixo do tapete. Falar de sexo não pode, como se ninguém fizesse, mas falar de violência pode. Ah, por favor, venhamos e convenhamos: ver religiosos, que supostamente pregam o valor da vida, fazendo arminha com a mão me passa um pouco demais dos limites. E tem mais, até ouvi de alguém dia desses que preferia que as crianças ficassem nas instituições de acolhimento em vez de serem adotadas por casais gays, porque ficariam com a conduta "desviada". Eu fico tentando pensar o que seria uma conduta ilibada diante de tanto preconceito... Fico pensando se a Marielle Franco não fosse negra e lésbica...

E aí tem o mimimi, termo usado para diminuir e degradar qualquer questão que saia da sua zona de conforto, daquilo que você acha que está certo, não levando em consideração as pessoas ao seu redor e a importância que tais questões possam ter para elas. Vitimismo e mimimi, sempre utilizados para encerrar uma conversa para a qual não se tem argumento de se colocar em um lugar de empatia, de compreender o as questões do outro. É muito mais fácil encerrar a conversa assim, mesmo, porque quando o argumento acaba...

O feminismo, a partir da compreensão correta de uma luta por igualdade, sendo criticado erroneamente porque o status quo está sendo abalado. A luta por direitos sendo desqualificada e a verdadeira massa de manobra sem prestar atenção ao fato de que está lutando contra si própria. A assistência sendo caracterizada como assistencialismo (não estou dizendo que não haja) para se justificarem mazelas outras. A ignorância e cabeça-durice tomando conta. A superficialidade considerada como se profunda fosse. O achismo e a teocracia tomando conta: o que o aiatolá diz, independentemente do tamanho da bobagem, seus asseclas estão lá, prontos a defender, sem sequer pensarem a respeito. Está meio assim. Está muito assim...

O pior é que, nestes tempos de exceção, a própria exceção é colocada como regra. Julga-se um grupo de um milhão pelo comportamento de um, que desagrada aos cândidos e inocentes olhos conservadores. Sei! Muitos fazem o que bem querem, fazem de tudo por seus interesses, e têm um suporte cego de quem prefere (consciente ou inconscientemente) fingir que está tudo bem, que está tudo certo. E talvez esteja, mas apenas para alguns. E a cortina de fumaça parece mais de chumbo. Talvez seja.

Inclusive, ando achando muito engraçada essa questão de não se mostrarem os likes do Instagram, porque atingiu o calcanhar de Achilles narcísico de muita gente por aí. As fake news não são só coisa de política, não. Estão presentes em grande parte das postagens que você vê e curte. Os consultórios (e, por que, não, os cemitérios) estão cheios de pessoas que acham, mesmo, que a grama do vizinho é mais verde. Verdade e mentira vão convivendo de maneira tão próxima e sórdida que fica difícil julgar. Você vive enganado! Você tem pena de um cachorrinho que morreu no estacionamento do supermercado, mas não dá atenção a uma criança mal vestida que, olhe que absurdo, está na praça de alimentação do shopping, pedindo comida. Aliás, acha que essa criança não poderia ser adotada por um casal gay, prefere que ela passe fome.

Não sou santo. Não faço tudo certo. Aliás, felizmente, sempre haverá a falta. Busco manter certa coerência entre o que é meu e o que é do outro, e nos meus julgamentos (e não venha você, distinta/o senhor/a da sociedade pequeno-burguesa contemporânea, dizer que não julga porque você julga!), tento lembrar que é com o outro, e não comigo. Mas e se fosse comigo? Já parou pra pensar que essa pergunta nem deveria ser feita? Não tenho que me condoer com o outro pensando "e se fosse comigo", primeiro porque não é, e segundo porque, se for para julgar a partir de mim ou de você, perder-se-iam o contexto e a capacidade crítica, e seria hipotetizar demais a realidade, o que, de fato, não é, pois não é com você.

Se déssemos conta de prestar mais atenção a nossas próprias vidas, talvez pudesse ser menos pior. Se eu conseguir compreender que o mundo vai além do meu umbigo, já estou dando um grande passo. Se eu questionar meu próprio preconceito internalizado, talvez eu consiga enxergar o outro como ele é, simplesmente, o outro.

Então, se você chegou até aqui, e já que no Brasil os casos de racismo são raros, não existe fome, os índices são todos camuflados e a censura sequer se aproxima, bora pensar sobre o preconceito nosso de cada dia?


sábado, 20 de julho de 2019

Sobre a amizade


As efemérides fazem com que a gente pare pra pensar em algumas coisas. Quem me conhece sabe que não gosto de ano novo, acho muito curioso que as pessoas, só porque passaram de 31 de dezembro pra 1º de janeiro achem que tudo vai mudar. Na verdade, vivo provocando, desejando Feliz Ano Novo Chinês ou Judaico, pras pessoas pensarem que Ano Novo, ou qualquer atitude nossa, vai depender é de nós, e não da arbitrariedade que foi colocada na contagem do tempo. No entanto, o que se comemora é que precisa ser lembrado.

Então falemos de amizade, que é aquele amor escolhido, normalmente de modo inconsciente, e que se vai construindo com o passar do tempo. Já tive e tenho todo tipo de amigx, e de não amig@ também. E há várias considerações a se fazer; decidi falar de umas dez.
  1. O bom amigo está além do tempo. Há um episódio com um amigo, em que ficamos quatro anos sem nos vermos e, quando nos vimos, foi como se não tivesse havido esse tempo todo; as coisas verdadeiras não mudam.
  2. Um amigo não é melhor do que o outro. Uai, é óbvio, as pessoas são diferentes. Mas entendo que existam amigos que são melhores ou piores para dadas circunstâncias. Tem gente que só pioraria determinadas situações; então, por que não priorizar quem neste momento vai mais ajudar? Levar seu amigo veggie pra um churrasco não é prova de amizade coisa nenhuma.
  3. Você gosta mais dos amigos do trabalho. Claro que não! O aquilatamento, como dito no item anterior, não passa pelas mesmas questões. É muito mais fácil você sair do trabalho e esticar num boteco, tendo combinado ali na hora, do que ligar para todo mundo naquele dado momento e ver se a pessoa ainda vai tomar banho, arrumar, deslocar-se, etc., etc....
  4. Não há agenda pra amigo. Depende! Se você é uma pessoa com vários compromissos, é muito melhor agendar e conseguir fazer algo do que não fazer. Ah, tem que ser qualquer hora. Infelizmente, a vida não funciona só na base do querer. Feliz ou infelizmente, a gente ainda é único.
  5. Existe ex-amigo. Infelizmente, tem gente que aparece na sua vida pra subtrair. Já passei por isso. Gente que me explorava, mas cujo enredamento era tão perverso, que nem era possível sair das suas garras. Neste caso, felizmente, sequer tenho o desprazer de encontrar pela rua, mas desejo que seja feliz, porque ao menos não fica me mandando aquela energia negativa toda. Xô, Satanás!
  6. Polarização política. Nestes tempos sombrios em que estamos vivendo, tem sido complicado não tocar em determinados assuntos. Combinei com uma amiga que não falamos em política – ouço o que ela fala, e ela faz o mesmo comigo, que, aliás, nem gosto do assunto mesmo. No entanto, a paixão pela política é tanta e tem cegado tanta gente que, por vezes, é até melhor não se aproximar tanto pra evitar dissabores. Se você não consegue tolerar a opinião do outro, talvez seja melhor mesmo dar um tempo. Tenho, inclusive, evitado certos lugares por este motivo.
  7. O amigo que namora/casa.  Quem está namorando ou casando tem um(a) nova(o) melhor amiga(o). E isso causa ciúme. E se você não encaixar com o novo membro? E se o novo membro não se encaixar com seus amigos? Coração é terra de ninguém, e os acordos precisarão ser feitos. Participar tudo da sua vida íntima também não é necessário. O amigo respeitoso é aquele que sabe o limite do outro, principalmente quando o assunto é amor.
  8. Reciprocidade. Em amizade, ser recíproco não significa, de fato, fazer igual. As suas e as minhas necessidades são diferentes. Eu gosto de falar, e você, não; pra mim é importante contar os detalhes, e pra você o geral está mais do que suficiente; seu limite de paciência é muito menor do que o meu. E aí, continuamos amigos? Claro que sim. Caminho do meio, como sempre.
  9. Convivência facilita. Nem sempre! Ela pode dificultar, e muito, as coisas. Precisamos deixar a vida acontecer em seu próprio fluxo. O ponto ótimo talvez não seja nem no muito e nem no pouco, mas no que se vai estabelecendo entre as pessoas envolvidas.
  10. E o sincericídio? Pois bem, ser sincero parece ser sempre o melhor caminho. No entanto, tem coisa que não precisa ficar sendo (re)mexida o tempo todo, ou talvez o modo como essas coisas acontecem é que precisa ser visto. Mas, se você não gostou de algo, é melhor falar e ver a versão do outro, porque o ser humano fantasia mesmo e, por vezes, vai criando e crendo em sua própria fantasia.

Enfim, acho que falei um pouco da minha opinião sobre a amizade, neste dia dx amigx. Sinto saudade de muita gente, mas isso não impede que ainda haja lugar para eles em meu coração. Tem gente que vejo sempre, e que quero ver mais, outros talvez nem tanto.
Penso que, o que importa, de verdade, é que nós continuemos a nos suportar, nos dois principais sentidos que este verbo possa ter.
Feliz dia dx amigx!