quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Marley & yo

“Me quedé” preocupado com uma coisa noite dessas. Fazia tempo que eu não via tanta gente falando a mesma coisa no FB (praticamente um Trending Topic), que tinha chorado horrores com “Marley e eu”. Eu não assisti ao filme, pra variar, e se estivesse em casa, provavelmente teria visto e é claro que teria chorado. Mas o fato que me incomodou foi o porquê de tanta gente “reclamar” que chorou. Ora, chorar é bom, gente! Faz bem, a gente coloca pra fora o que está incomodando, ou até mesmo quando a gente chora de rir, está colocando pra fora. Eu não vejo problema algum em chorar, a torto e a direito. Choro com tudo: com propaganda de margarina; quando os menininhos falam “Oi” no fim da propaganda da companhia telefônica; nas imagens da semana do Bom Dia Brasil (que não é mais o meu favorito, agora que ficou popular demais com o chato do Chico Pinheiro); quando toca o hino nacional (quando tô fora do Brasil, mais ainda); até pego meu favorito “Moulin Rouge” de vez em quando, só pra chorar. Não vejo mal nisso. E não vejo mal em homem chorar também. Acho que é por isso (y otras cositas) que estamos virando uma sociedade doente, na qual não é permitido expressar os sentimentos de maneira real e sincera. Coitados então são os meninos, porque desde cedo os estúpidos dos adultos, os pais principalmente, acham que aquilo no meio das pernas é o suficiente pra enfrentar tudo e ficam dizendo pro coitado que “homem não chora”, e o coitado do guri leva isso consigo até o fim da vida, deixando de viver, realmente, o que sente, o que precisa sentir. Claro que entendi as brincadeiras, claro que vi gente falando isso só por falar, mas queria mesmo era dizer “Chorei e foi ótemo!”, mas as pessoas precisam mascarar. Teve alguém que, jocosamente, falou que caiu um cisco num olho e em seguida no outro. Adoro dramas, morro de chorar, peço à Selma pra não ir lá na casa do vilão feladaputa, mas ela vai, e eu choro; vi Satine morrer várias vezes; emociono-me com a delicadeza de Amélie... Supercurto fossas ouvindo Rô-Rô ou Zizi, e só falto pedir a gilete. Odeio passagem de ano novo, porque não quer me dizer muita coisa, mas normalmente passo chorando. Choro nos casamentos, não dei conta de abraçar Nayare quando ela me disse que Maria Antônia estava vindo porque senão ia chorar, enfim, diferentemente de muita gente por aí, sou sensível, e assumo, com muito orgulho. (Escrito en Perú, en el 21 diciembre 2011)

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